Como já dito em outro livro que
publiquei, desde criança carrego comigo o sonho de ser poeta. Mas a minha
humildade não me deixava dizê-lo nem me considerar como tal. Sempre gostei de
ler e de escrever, mas as adversidades não deixaram que a minha vida tivesse o
rumo que, agora, me parece predestinado. Atrapalharam-me um pouco, confesso.
Contudo, não foram suficientes para sufocar essa minha vontade. Depois de
tantas tentativas, juntando um pedacinho daqui, outro dali, consegui organizar o
primeiro livro que chamei de “todos nós somos poetas”. Mas ainda estava longe
de ver o meu sonho concretizado. Assim eu pensava depois de ser desiludido
pelas editoras que contatei. Mas estava enganado. Eu já era poeta há muito
tempo. E nele eu digo que ser poeta é, antes de tudo, ser capaz de perceber a
sensibilidade do outro. Essa sensibilidade, às vezes é expressa através de
simplicidades cotidianas que as pessoas ditas "normais" chamariam
de loucura. É verdade, me parece que todo poeta é, também, meio
louco, pois é através da loucura que se percebe que o ser normal carrega
consigo a paranoia de querer ser normal diante de tudo e ser visto como uma
pessoa quase que perfeita. Entretanto, todos nós sabemos que os “eus” que se
apresentam diante do outro se veste com uma fantasia ou armadura disfarçando,
ou não permitindo ser visto como verdadeiramente é. Em muitos casos, fingindo
ser outra pessoa. Neste novo livro, eu apresento, em forma de romance biográfico,
a minha vida nua e crua, como ela foi e como ela tem sido. Narro passagens de
histórias de vida que se entrecruzaram através das dificuldades ajudando ou
atrapalhando a minha sobrevivência. Bem, é melhor parar por aqui e deixar que o
livro conte o resto.
Luiz Vicente
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